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Brownie enriquecido com insetos chama atenção por proposta inovadora do IFRS

 

Entre os dias 24 e 26 de junho, a estudante Luana Tomkelski Rampi, do curso de Engenharia de Alimentos do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) – Campus Erechim, participou da 5ª edição da Sulserve – Feira de Panificação, Food Service e Hotelaria, realizada na Fenac, em Novo Hamburgo (RS). A acadêmica ministrou a oficina “Um olhar para o futuro – Brownie enriquecido com insetos: um produto inovador, nutritivo e sustentável”, apresentando os resultados de seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), desenvolvido com orientação das professoras Marlice Salete Bonacina e Cristina Simões da Costa, em parceria com a startup Insect Protein – Produtos Sustentáveis.

 

Um olhar para o futuro da alimentação

 

Durante a oficina, Luana compartilhou sua experiência com a elaboração de brownies enriquecidos com farinha de Tenebrio molitor, espécie de inseto comestível rica em proteínas, lipídios saudáveis e micronutrientes. A ideia do projeto surgiu após um intercâmbio acadêmico em Portugal, onde a estudante teve contato com o consumo de insetos, prática já regulamentada pela União Europeia.

 

“A ausência de regulamentação no Brasil despertou minha curiosidade e motivação para pesquisar sobre o tema. Decidi desenvolver meu TCC com o objetivo de elaborar brownies com farinha de Tenebrio, avaliando suas características microbiológicas, nutricionais, sensoriais e econômicas”, contou Luana. Ela ressaltou que a proposta vai além da inovação, contribuindo para a geração de dados científicos que possam embasar futuras regulamentações no país.

 

Segundo a estudante, a farinha da larva do Tenebrio molitor tem se destacado na literatura científica por seu elevado valor nutricional. “A proteína corresponde a mais de 50% da composição em base seca, com perfil completo de aminoácidos e alta digestibilidade. Além disso, é rica em ácidos graxos poli-insaturados, como ômega-3 e ômega-6, essenciais para a saúde cardiovascular e o controle de processos inflamatórios”, explicou Luana. A farinha também apresenta altos teores de ferro, zinco, potássio e magnésio, e, quando incorporada à receita do brownie, houve aumento significativo nos teores de proteína, gordura boa e minerais, ao mesmo tempo em que reduziu a umidade do produto, favorecendo sua conservação.

 

A estudante destacou ainda a boa receptividade do público durante a atividade. “Todos se mostraram curiosos e interessados. Muitos se surpreenderam com o sabor do brownie, que permaneceu agradável mesmo com a adição da farinha de inseto. Isso demonstra que o caminho para a aceitação passa pela informação e pela vivência sensorial positiva.”

 

Ciência e sustentabilidade no mesmo prato

 

Para a professora Marlice Bonacina, o projeto se caracteriza por seu viés interdisciplinar e pela articulação entre ensino, pesquisa e extensão. “O desenvolvimento da pesquisa propiciou uma experiência singular e uma educação mais completa. A parceria com a Insect Protein foi fundamental, tanto pela doação do insumo quanto pelo suporte técnico sobre o manejo e a qualidade dos insetos”, explicou.

 

A docente enfatizou que o trabalho de Luana está alinhado a uma tendência mundial de busca por fontes alternativas de proteína. “Em comparação à pecuária tradicional, a criação de insetos consome muito menos água e terra e emite menos gases do efeito estufa. Os resultados do brownie, por exemplo, mostram que é possível triplicar o teor de proteína de forma sustentável, sem prejudicar a aceitação sensorial do produto.”

 

Impacto acadêmico e perspectivas futuras

 

A oficina promovida na Sulserve provocou reflexões sobre os rumos da alimentação e sobre o papel da ciência e da inovação nesse processo. “Mostramos que é possível desenvolver produtos que atendam a critérios de qualidade, segurança, nutrição e ética. Isso só reforça a importância da pesquisa aplicada dentro das instituições de ensino”, afirmou Marlice.

 

Luana avalia a experiência como um marco em sua trajetória acadêmica e já planeja os próximos passos. “Estamos organizando os dados para publicação de artigos científicos e pretendemos inscrever o projeto em premiações. Ainda não tenho planos concretos para novos produtos, mas quero seguir pesquisando nessa área e contribuindo para essa transformação.”

 

Incentivo à pesquisa

 

O IFRS, por meio do Programa de Incentivo à Pesquisa e Inovação, fomenta o desenvolvimento científico e tecnológico e incentiva a participação dos estudantes em eventos como a Sulserve. A instituição oferece bolsas para projetos de ensino, pesquisa e extensão, além de editais específicos de apoio à apresentação de trabalhos científicos.

 

Fonte: Jornal Bom Dia

 

Publicação original:
Brownie enriquecido com insetos chama atenção por proposta inovadora do IFRS

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