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Farofa de inseto? Startup gaúcha transforma larva de besouro em alimento

Pragas definitivamente podem ser um problema para agricultores, mas uma startup gaúcha optou por ir além do extermínio: transformá-las em alimento para cachorros, gatos, aves e até humanos.

 

A Insect Protein foi fundada em 2022 quando Adriana Bender e Mauro Ávila perceberam uma lacuna em um mercado que já tem grande apelo na Europa e Ásia: o uso do besouro Tenebrio molitor, considerado uma praga em plantações de vegetaispara produzir alimentos ricos em proteína e com baixo impacto ambiental.

 

“O T. molitor já é bastante utilizado na alimentação de animais exóticos, mas eles são vendidos vivos. Nós queríamos fazer diferente”, explicou Adriana durante exposição no Gramado Summit 2024.

 

A dupla criou um plano de negócios e percebeu que as possibilidades eram imensas, como, por exemplo, utilizar o produto como matéria-prima para petiscos saudáveis e nutritivos para pets.

 

“Grandes players do mercado estão de olho nessas possibilidades. A Nestlé, através da Purina, lançou uma linha de comida para cães e gatos que utilizam proteína de inseto”, conta Mauro Ávila

 

Ao transformar a larva em um ingrediente que pudesse ser vendido para a indústria, a dupla chamou atenção dos investidores, inclusive do Governo do Rio Grande do Sul, que apostou na ideia.

 

Com um plano em mente e investimento inicial, faltava concretizar. É aí entrou Lucas Villela, mestre em nutrição animal com quase 10 anos de experiência.

 

Villela acreditou na ideia e assumiu a missão de criar besouros em ambiente controlado e transformá-los em um ingrediente acessível e de baixo impacto ambiental.

 

Para isso, as larvas do besouro são criadas em cativeiro, alimentadas com farelo de trigo e vegetais impróprios para o comércio.

 

“Parte das larvas são usadas para o produto final (farofa), a outra parte se transforma em novos besouros, que vão gerar novas larvas, fechando um ciclo sustentável completo”, explica Lucas.

 

O resíduo desses insetos também se tornam parte do ciclo e são utilizados para produção de fertilizantes de baixo custo que podem ser usados em plantações e em vasinhos caseiros.

 

Em 2024, a Insect Protein deu um importante passo rumo ao crescimento e se tornou a primeira empresa gaúcha a obter uma autorização do Ministério da Agricultura para criar e processar proteína de insetos no Brasil.

 

O plano agora é conseguir ainda mais investimentos para produzir o alimento em escala industrial.

 

“Conseguimos produzir 30 kg/mês na nossa operação atual. O mercado que almejamos não negocia quilos, mas toneladas. Esse é o nosso objetivo”, finaliza Mauro.

 

FONTE: Alessandro Martins / Isto É Dinheiro

Publicação original: Farofa de inseto? Startup gaúcha transforma larva de besouro em alimento

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